segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Questionamentos

Em meio a tantos questionamentos, esbarro em mais um: Onde estou dessa vez?
É aquele tipo de pergunta tão simples de responder, se olharmos superficialmente, mas que pode nos levar por pensamentos nunca explorados anteriormente.
Chega a ser engraçado, talvez um pouco irônico, perceber o quão cíclica a vida é.
Estamos em um ponto, então algo muda, muda de novo e, parece, te levar de volta ao mesmo ponto de partida. Com um pouco mais de bagagem, claro. Mas ainda assim, o mesmo lugar.

Quem sabe, ao tornar isso palpável (nos dando conta disso), seja dado o primeiro passo para que uma mudança significativa possa acontecer.
O fato é que, ao longo de uma análise (ou psicoterapia) nos deparamos com uma série de questões a respeito dos outros e de nós mesmos... e começamos a perceber que nossas escolhas e atitudes estão diretamente ligadas ao que vivemos, as coisas que passamos ao longo de nossas vidas (mesmo que essa ligação seja inconsciente) e, por isso, é tão difícil "fugir do padrão".

Talvez, isso signifique que o autoconhecimento é a chave para solucionármos os problemas (mesmo os mais mirabolantes) que temos... ou, talvez, seja só um modo de (ao nos entendermos) perdoarmos a nós mesmos pelos caminhos (tantas vezes desastrosos) que escolhemos percorrer.
É uma chance de cinquenta por cento para cada, onde somente vivendo e nos defrontando  com vida, iremos descobrir.
Mas existe uma grande possibilidade de que, as perguntas que temos guardadas dentro de nós, em alguns momentos, precisem ser só isso. Perguntas. E sejam tão, ou mais importantes, quanto as respostas que poderíamos dar.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A arte de escrever


Escrever é a arte de transformar pensamentos em palavras
E através dessas palavras entrar no consciente (e no inconsciente) das pessoas.
Algumas vezes, nos fazendo tão próximos, como se estivéssemos lado a lado.

Escrever é a arte de dar vida as questões que permeiam nosso dia a dia
Mas que estiveram guardadas na caixinha das memórias
Aguardando o momento certo para, misturadas com toda nossa vivência
Se traduzir em letras em uma folha de papel.

Escrever é a arte de influenciar, modificar crenças e padrões,
Mas também de manter algumas certezas.
Buscando sempre se externar os valores, a moral e a ética
Que simbolizam nosso verdadeiro “eu”.

Escrever é a arte de convidar as pessoas a viajarem
Mesmo sem que seja preciso sair do mesmo lugar.
Algumas vezes, usando as crônicas, contos, poesias, histórias
Para fugir de um mundo tão cheio de violência, medo e tristezas.

Escrever é a arte de levar (e quem sabe deixar) sua marca,
Suas criações e invenções para o futuro.
É tocar o outro e ser tocado,
É transbordar a alma em meras linhas
Que, lá no fundo, dizem até mais do que se pode/deve dizer.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Muito além da internet...

O que te faz ser você?
O que te torna, exatamente, quem você é?

No mundo em que vivemos, cada dia fica mais difícil nos concentrarmos no cerne da questão, pois estamos tão acostumados com a correria do dia a dia que, por vezes, ignoramos qualquer outra coisa que exija o mínimo de raciocínio.
Deixamos de lado a pessoa que mais importa (nós mesmos) e nos distraímos rolando um feed de notícias. Seja ele de facebook, instagram, twitter, é sempre do mesmo modo. As horas continuam correndo, enquanto passamos o dedo pela tela, como se tivéssemos todo tempo do mundo.

Nos esquecemos de respirar, de reservarmos um minuto que seja para nós mesmos e para analisar o que queremos realmente, quem somos, quais são nossos valores, qualidades, defeitos, o que nos motiva, o que nos incomoda...

Aprendemos a mascarar toda e qualquer emoção, além de a invejar os outros pelo que demonstram nas telinhas dos celulares e notebooks por aí. Afinal, todos (as) são mais bonitos (as), mais magros (as), mais malhados (as), mais inteligentes, mais estudiosos, mais felizes...
Que nosso próprio EU acaba sendo guardado no fundinho da gaveta e as coisas, que na verdade são supérfluas, acabam se tornando mais importantes.
Até quando "a grama do vizinho" vai ser considerada mais verde?


O fato é que, ninguém mostra o que fica por trás das lentes, fora de toda essa tecnologia.
Ninguém diz que aquela pessoa, considerada a mais bonita, tem problemas em se olhar no espelho e posta tantas fotos para mascarar uma baixa autoestima. Ninguém diz que aquela pessoa, considerada a mais magra, sofre de algum transtorno alimentar, deixando de comer ou comendo e vomitando pra se manter dentro do padrão. Ninguém diz que aquela pessoa, considerada a mais malhada, encheu o organismo de anabolizantes e vai sofrer os efeitos por isso, se já não estiver sofrendo. Aquela considerada mais inteligente, muitas vezes só copiou um texto, uma frase, um pensamento de algum outro lugar da internet (mas ninguém nem se deu conta). Aquela pessoa, considerada mais estudiosa, só tirou foto depois de arrumar os cadernos, livros, canetas, mas não está estudando nadica de nada. E aquela pessoa, considerada mais feliz, por vezes, é a mais triste, a que mais tem motivos para chorar, mas ali, naquele momento registrado, ninguém conseguiria perceber isso...

É lógico que não podemos generalizar e achar que é assim com cem por cento daquelas pessoas, mas em alguns momentos, é necessário filtrar o que lemos e o que acreditamos (ou não). É preciso se atentar aos pequenos detalhes, valorizar os momentos aqui no presente, no dia de hoje, "por trás das cameras", além do que os olhos podem ver ou ler...

Precisamos, principalmente, aprender a nos conhecer, nos valorizar, nos entender, nos perdoar pelas falhas, reconhecer que não somos perfeitos e nos amar antes de mais nada.
E, quem sabe, assim, encontraremos, a tão utópica felicidade!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Bagagem

Nossa vida é composta por momentos...
Sendo eles bons ou ruins, vão se acumulando e sendo guardados em nossa bagagem pessoal.
Por vezes, essas bagagens são tão pesadas, compostas por tantos maus momentos, que a vontade é de deixa-las para trás, sem pensar duas vezes e, só abandonar tudo que se passou.
Mas, o que esquecemos, é que esse peso é o que nos faz sermos quem somos.
É por causa dele que realizamos determinadas escolhas, que somos guiados a andar por um certo caminho.
É claro que é incômodo, ruim e, por vezes, difícil lembrar dessas situações, pensamentos, sentimentos e demais coisas ruins que passamos, mas é preciso que nos demos conta de que essa mala emocional também é preenchida por partes que nos fazer bem. Por conhecimentos, sentimentos bons, momentos bons, pessoas que contribuem para nos tornarmos melhores.

Então, o que leva algumas pessoas a focar somente nas partes ruins, a desejar com tanto afinco apagar tudo que se viveu?

Talvez, seja tempo de reconhecer que cada parte de TUDO o que acumulamos é importante e agradecer por ter sido, exatamente, esse emaranhado experiências boas e más que nos trouxe até o lugar em que ocupamos no mundo hoje e a pessoa que nos tornamos com isso.
É preciso reconhecer que toda e qualquer qualidade ou defeito que temos, faz parte da bagagem que carregamos e que nós somos a melhor pessoa que poderíamos ser.

Então me diga, o que você quer fazer a partir de hoje? Continuar focando nos momentos ruins ou dar a volta por cima e ser grato (a) por ser quem é?

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Perdida

Me encontro perdida
em meio a essa intensidade de sensações e sentimentos
que insistem em se espalhar pelo meu ser e transbordar,
muitas vezes, em forma de textos.
Deixando, como única possibilidade,
mergulhar em direção ao oceano de palavras que se estende a frente,
sem que haja preocupação sobre o que haverá no fundo desse mar.

Me encontro perdida
construindo, cada vez mais, castelos de areia
na beira da praia dos sonhos.
Na intenção de que sirvam como um forte 
para me proteger dos medos e das dores
que encontramos ao longo do passar dos dias.
Sem que haja preocupação de que
uma onda chegue derrubando, em segundos,
tudo o que foi construído com tanta verdade.

 Me encontro perdida
buscando por algo que 
nem mesmo eu sei o que é
Emaranhada no caos dos meus próprios pensamentos
e minhas próprias vontades, de ser, de estar, de juntar...
Desejando tomar determinados caminhos
que, na verdade, não dependem só de mim para serem moldados.
Sem que haja preocupação em pensar 
se irei me machucar em meio a essa busca tão incerta.

Me encontro perdida
ou talvez, tenha, enfim, me encontrado...
Bem ali, em meio ao reflexo daqueles olhos escuros
que, até pouco tempo, eu sequer sabia existirem.
Mas que chegam e me mostram que, por vezes,
deixamos de perceber algo que esteve ali,
ao nosso lado por tanto tempo, sem que, de fato, enxergássemos.

Me encontro e ponto.
Em um lugar onde o tudo é possível.
Onde o nada é indesejado.
Onde há expectativas e esperanças entrelaçadas
as dúvidas e incertezas, mas...
Sem que haja preocupação de onde isso tudo irá, por fim, me levar.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Conversas

Amo conversas,
Mas amo ainda mais, 
quando um assunto puxa o outro,
sem que ninguém se canse de falar (ou escrever).
E quando você percebe,
Já se passaram horas
E a vontade de encerrar o assunto
(qualquer que seja ele)
parece nunca chegar.

Amo conversas,
Mas amo ainda mais, 
quando começam do nada,
como se, no meio dos afazeres do dia, 
simplesmente,
surgisse a lembrança de alguém
e a vontade de falar, um mero "oi" que seja,
se tornasse difícil de controlar.

Amo conversas,
Mas amo ainda mais, 
quando trazem aquela sensação gostosa de descoberta,
onde, aos poucos, os rostos, gestos,
gostos, vontades e desejos
vão aflorando
e se fazendo conhecer.

Amo conversas,
Mas amo ainda mais o sentimento agridoce que vem com elas,
Essa espera existente entre uma frase e outra,
Entre o falar e o ouvir,
Entre o ler e o responder.
Esse limbo (amado e odiado),
Onde tudo ou nada podem acontecer.

Idas e vindas


Foi assim, como esbarrar em alguém em uma rua movimentada.
Sem que, ao menos, nos demos conta de quem se trata.

Entre idas e vindas, o tempo passa, e passou.
A vida continua, e continuou.
As pessoas ao redor mudam, e mudaram.
Até aquela noite em que, realmente, te vi.

E, talvez, nem mesmo ali as coisas tenham começado.
Eu tinha meus caminhos e você os seus.
Éramos rodeados de necessidades, vontades e paixões que nos desconectavam, que nos distanciavam.
Mas...

Entre idas e vindas, o tempo passa, e passou.
A vida continua, e continuou.
Até o momento em que minhas certezas
já haviam deixado de existir.

E ali, eu te vi.
Não como da outra vez.
Mas, realmente, enxerguei.
O único sentimento possível
era de que estive rodando em círculos por tanto tempo.
Procurando, por tantas vezes, nos lugares certos
(mas que agora me parecem tão errados).

Te enxergar, me fez perceber que, sem que nos déssemos conta,
deixamos de lado algo que esteve sempre ali, tão perto,
mas ao mesmo tempo, tão longe.
Tão certo, mas tão errado para o eu que existia no passado
(Não tão distante assim, mas ainda sim, passado).

Enfim, ali estava você.
E bem ao seu lado, um futuro enorme se estendendo para a frente.
Onde tudo que era necessário, seria dar um passo e estender a mão.
Além da esperança de que você vá segurá-la.

Não era você

 Não era você, sou eu. Tão clichê, mas tão real. Não há explicação melhor para te contar algo que já deveria ter dito. Não era você. A pesso...