terça-feira, 2 de outubro de 2018

Perdida

Me encontro perdida
em meio a essa intensidade de sensações e sentimentos
que insistem em se espalhar pelo meu ser e transbordar,
muitas vezes, em forma de textos.
Deixando, como única possibilidade,
mergulhar em direção ao oceano de palavras que se estende a frente,
sem que haja preocupação sobre o que haverá no fundo desse mar.

Me encontro perdida
construindo, cada vez mais, castelos de areia
na beira da praia dos sonhos.
Na intenção de que sirvam como um forte 
para me proteger dos medos e das dores
que encontramos ao longo do passar dos dias.
Sem que haja preocupação de que
uma onda chegue derrubando, em segundos,
tudo o que foi construído com tanta verdade.

 Me encontro perdida
buscando por algo que 
nem mesmo eu sei o que é
Emaranhada no caos dos meus próprios pensamentos
e minhas próprias vontades, de ser, de estar, de juntar...
Desejando tomar determinados caminhos
que, na verdade, não dependem só de mim para serem moldados.
Sem que haja preocupação em pensar 
se irei me machucar em meio a essa busca tão incerta.

Me encontro perdida
ou talvez, tenha, enfim, me encontrado...
Bem ali, em meio ao reflexo daqueles olhos escuros
que, até pouco tempo, eu sequer sabia existirem.
Mas que chegam e me mostram que, por vezes,
deixamos de perceber algo que esteve ali,
ao nosso lado por tanto tempo, sem que, de fato, enxergássemos.

Me encontro e ponto.
Em um lugar onde o tudo é possível.
Onde o nada é indesejado.
Onde há expectativas e esperanças entrelaçadas
as dúvidas e incertezas, mas...
Sem que haja preocupação de onde isso tudo irá, por fim, me levar.

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