terça-feira, 3 de novembro de 2020

Não era você

 Não era você, sou eu.

Tão clichê, mas tão real.

Não há explicação melhor para te contar algo que já deveria ter dito.


Não era você.

A pessoa certa para transbordar minha vida, se adequar nos meus planos, nos meus sonhos.


Não por você não ser bom o bastante,

Porque sabemos que é.

(Quanto orgulho sinto a cada conquista sua, ainda que assista de longe.)

Mas não era para mim.


Me envolver com você me tornava alguém diferente de quem eu sou.

Desmontava pedaços meus que eu já havia ajustado há algum tempo.


Como eu disse, era eu.

Eu e todas as inseguranças que apareciam quando se tratava de você.

Eu e toda aquela autoestima que escorria pelo ralo. 

Será que ele vai gostar? Vai reparar? 

Vai sentir meu cheiro e lembrar que é meu? E se emagrecer mais dois quilos?


Eram tantos os questionamentos, 

tantas as incertezas de como seria mais fácil para me encaixar na sua vida.

Mas chegou o dia que meus olhos se abriram e eu apenas percebi.

Não era aquele o jeito certo.


Você me mostrou um mundo totalmente diferente do que eu conhecia.

Me ajudou a construir uma nova parte de mim que eu jamais imaginaria ser possível.

Me guiou num caminho de aprendizado sobre ser a mulher que eu sempre quis ser.

Me incentivou a expor partes minhas que eu jamais revelaria.


Mas tudo isso sumia quando era sobre você.

Eu voltava a ser adolescente, com inseguranças, receios e dúvidas.

Voltava a ser alguém que você havia me ensinado a não ser.


Não era você. Era eu. 

Sou eu...

Sendo uma pessoa melhor com a sua presença, 

mas precisando dela de uma forma totalmente diferente do que pensei a princípio.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Vinte e quatro horas

 

Vinte e quatro horas. Mil quatrocentos e quarenta minutos para serem divididos em tarefas.
Trabalho, estudo, dormir, cuidar da casa, cuidar da alimentação, cuidar das pessoas que me escolhem para auxiliar no processo de se conhecer e se modificar.

Vinte e quatro horas para serem divididas em dupla jornada de trabalho.
As vezes tripla.

Pra lidar com meu desejo de fazer tudo de forma perfeita.
De amarrar as pontas soltas e ser o melhor que posso ser hoje.
Com o conhecimento que tenho agora.

Um dia de cada vez.
Um passo de cada vez.
Na direção da melhor versão de mim que irá chegar amanhã, e depois, e depois.

Minhas vinte e quatro horas têm sido corridas.
Mas tem me mantido sã.
Alheia as coisas que acontecem fora das paredes que rodeiam minha casa.

Mergulhada em livros físicos, digitais, textos soltos, conversas iniciadas em aplicativos.
Áudios escutados repetidas vezes, no intuito de ouvir o timbre da voz que conforta. 

Chamadas de vídeos realizadas com as pessoas queridas.
E algumas que não aconteceram, mas que poderiam ter acontecido (eu bem queria).

Um dia depois do outro e passamos da metade do ano.
Você fez tudo o que queria?
Você começou tudo o que se propos?
Você terminou o que deveria?

Eu estou a um passo.
Alguns metros do objetivo que estabeleci para mim.
Para os meus 366 dias do ano.
Pensar nisso faz um arrepio passar pelo meu corpo.

Quem imaginou que seria assim?
Quem imagina que, ultrapassando toda a autossabotagem, todos os medos e anseios, poderia haver uma linha de chegada?

Ainda não é a vitória de um campeonato, mas a primeira disputa contra mim mesma está prestes a ser vencida.
Falta tão pouco e ao mesmo tempo tanto.
Mais algumas vinte e quatro horas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Sobre você

Ei você, que tem tantas coisas parecidas comigo, que tem os mesmos objetivos de vida, os sonhos tão parecidos.

Ei você, a quem eu conheço tão pouco, mas que não perco a vontade de querer conhecer mais e mais.

Daquele tipo de pessoa a quem quero dar apoio, mas que se "esconde" tanto, preferindo resguardar seu modo de pensar e sentir.

Você, que entrou na minha vida no momento mais aleatório, mas que já estava ali, sem que eu sequer me desse conta e quando percebi, já te queria por perto (mesmo que não seja possível estar tão perto assim).

Ei você, que é uma das poucas pessoas (se não for a única) que me deixa sem saber o que falar ou como agir.

Ei você, que nem ao menos faz ideia de metade das palavras que permeiam minha mente, quando penso em ti.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Questionamentos

Em meio a tantos questionamentos, esbarro em mais um: Onde estou dessa vez?
É aquele tipo de pergunta tão simples de responder, se olharmos superficialmente, mas que pode nos levar por pensamentos nunca explorados anteriormente.
Chega a ser engraçado, talvez um pouco irônico, perceber o quão cíclica a vida é.
Estamos em um ponto, então algo muda, muda de novo e, parece, te levar de volta ao mesmo ponto de partida. Com um pouco mais de bagagem, claro. Mas ainda assim, o mesmo lugar.

Quem sabe, ao tornar isso palpável (nos dando conta disso), seja dado o primeiro passo para que uma mudança significativa possa acontecer.
O fato é que, ao longo de uma análise (ou psicoterapia) nos deparamos com uma série de questões a respeito dos outros e de nós mesmos... e começamos a perceber que nossas escolhas e atitudes estão diretamente ligadas ao que vivemos, as coisas que passamos ao longo de nossas vidas (mesmo que essa ligação seja inconsciente) e, por isso, é tão difícil "fugir do padrão".

Talvez, isso signifique que o autoconhecimento é a chave para solucionármos os problemas (mesmo os mais mirabolantes) que temos... ou, talvez, seja só um modo de (ao nos entendermos) perdoarmos a nós mesmos pelos caminhos (tantas vezes desastrosos) que escolhemos percorrer.
É uma chance de cinquenta por cento para cada, onde somente vivendo e nos defrontando  com vida, iremos descobrir.
Mas existe uma grande possibilidade de que, as perguntas que temos guardadas dentro de nós, em alguns momentos, precisem ser só isso. Perguntas. E sejam tão, ou mais importantes, quanto as respostas que poderíamos dar.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A arte de escrever


Escrever é a arte de transformar pensamentos em palavras
E através dessas palavras entrar no consciente (e no inconsciente) das pessoas.
Algumas vezes, nos fazendo tão próximos, como se estivéssemos lado a lado.

Escrever é a arte de dar vida as questões que permeiam nosso dia a dia
Mas que estiveram guardadas na caixinha das memórias
Aguardando o momento certo para, misturadas com toda nossa vivência
Se traduzir em letras em uma folha de papel.

Escrever é a arte de influenciar, modificar crenças e padrões,
Mas também de manter algumas certezas.
Buscando sempre se externar os valores, a moral e a ética
Que simbolizam nosso verdadeiro “eu”.

Escrever é a arte de convidar as pessoas a viajarem
Mesmo sem que seja preciso sair do mesmo lugar.
Algumas vezes, usando as crônicas, contos, poesias, histórias
Para fugir de um mundo tão cheio de violência, medo e tristezas.

Escrever é a arte de levar (e quem sabe deixar) sua marca,
Suas criações e invenções para o futuro.
É tocar o outro e ser tocado,
É transbordar a alma em meras linhas
Que, lá no fundo, dizem até mais do que se pode/deve dizer.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Muito além da internet...

O que te faz ser você?
O que te torna, exatamente, quem você é?

No mundo em que vivemos, cada dia fica mais difícil nos concentrarmos no cerne da questão, pois estamos tão acostumados com a correria do dia a dia que, por vezes, ignoramos qualquer outra coisa que exija o mínimo de raciocínio.
Deixamos de lado a pessoa que mais importa (nós mesmos) e nos distraímos rolando um feed de notícias. Seja ele de facebook, instagram, twitter, é sempre do mesmo modo. As horas continuam correndo, enquanto passamos o dedo pela tela, como se tivéssemos todo tempo do mundo.

Nos esquecemos de respirar, de reservarmos um minuto que seja para nós mesmos e para analisar o que queremos realmente, quem somos, quais são nossos valores, qualidades, defeitos, o que nos motiva, o que nos incomoda...

Aprendemos a mascarar toda e qualquer emoção, além de a invejar os outros pelo que demonstram nas telinhas dos celulares e notebooks por aí. Afinal, todos (as) são mais bonitos (as), mais magros (as), mais malhados (as), mais inteligentes, mais estudiosos, mais felizes...
Que nosso próprio EU acaba sendo guardado no fundinho da gaveta e as coisas, que na verdade são supérfluas, acabam se tornando mais importantes.
Até quando "a grama do vizinho" vai ser considerada mais verde?


O fato é que, ninguém mostra o que fica por trás das lentes, fora de toda essa tecnologia.
Ninguém diz que aquela pessoa, considerada a mais bonita, tem problemas em se olhar no espelho e posta tantas fotos para mascarar uma baixa autoestima. Ninguém diz que aquela pessoa, considerada a mais magra, sofre de algum transtorno alimentar, deixando de comer ou comendo e vomitando pra se manter dentro do padrão. Ninguém diz que aquela pessoa, considerada a mais malhada, encheu o organismo de anabolizantes e vai sofrer os efeitos por isso, se já não estiver sofrendo. Aquela considerada mais inteligente, muitas vezes só copiou um texto, uma frase, um pensamento de algum outro lugar da internet (mas ninguém nem se deu conta). Aquela pessoa, considerada mais estudiosa, só tirou foto depois de arrumar os cadernos, livros, canetas, mas não está estudando nadica de nada. E aquela pessoa, considerada mais feliz, por vezes, é a mais triste, a que mais tem motivos para chorar, mas ali, naquele momento registrado, ninguém conseguiria perceber isso...

É lógico que não podemos generalizar e achar que é assim com cem por cento daquelas pessoas, mas em alguns momentos, é necessário filtrar o que lemos e o que acreditamos (ou não). É preciso se atentar aos pequenos detalhes, valorizar os momentos aqui no presente, no dia de hoje, "por trás das cameras", além do que os olhos podem ver ou ler...

Precisamos, principalmente, aprender a nos conhecer, nos valorizar, nos entender, nos perdoar pelas falhas, reconhecer que não somos perfeitos e nos amar antes de mais nada.
E, quem sabe, assim, encontraremos, a tão utópica felicidade!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Bagagem

Nossa vida é composta por momentos...
Sendo eles bons ou ruins, vão se acumulando e sendo guardados em nossa bagagem pessoal.
Por vezes, essas bagagens são tão pesadas, compostas por tantos maus momentos, que a vontade é de deixa-las para trás, sem pensar duas vezes e, só abandonar tudo que se passou.
Mas, o que esquecemos, é que esse peso é o que nos faz sermos quem somos.
É por causa dele que realizamos determinadas escolhas, que somos guiados a andar por um certo caminho.
É claro que é incômodo, ruim e, por vezes, difícil lembrar dessas situações, pensamentos, sentimentos e demais coisas ruins que passamos, mas é preciso que nos demos conta de que essa mala emocional também é preenchida por partes que nos fazer bem. Por conhecimentos, sentimentos bons, momentos bons, pessoas que contribuem para nos tornarmos melhores.

Então, o que leva algumas pessoas a focar somente nas partes ruins, a desejar com tanto afinco apagar tudo que se viveu?

Talvez, seja tempo de reconhecer que cada parte de TUDO o que acumulamos é importante e agradecer por ter sido, exatamente, esse emaranhado experiências boas e más que nos trouxe até o lugar em que ocupamos no mundo hoje e a pessoa que nos tornamos com isso.
É preciso reconhecer que toda e qualquer qualidade ou defeito que temos, faz parte da bagagem que carregamos e que nós somos a melhor pessoa que poderíamos ser.

Então me diga, o que você quer fazer a partir de hoje? Continuar focando nos momentos ruins ou dar a volta por cima e ser grato (a) por ser quem é?

Não era você

 Não era você, sou eu. Tão clichê, mas tão real. Não há explicação melhor para te contar algo que já deveria ter dito. Não era você. A pesso...