terça-feira, 9 de outubro de 2018

Muito além da internet...

O que te faz ser você?
O que te torna, exatamente, quem você é?

No mundo em que vivemos, cada dia fica mais difícil nos concentrarmos no cerne da questão, pois estamos tão acostumados com a correria do dia a dia que, por vezes, ignoramos qualquer outra coisa que exija o mínimo de raciocínio.
Deixamos de lado a pessoa que mais importa (nós mesmos) e nos distraímos rolando um feed de notícias. Seja ele de facebook, instagram, twitter, é sempre do mesmo modo. As horas continuam correndo, enquanto passamos o dedo pela tela, como se tivéssemos todo tempo do mundo.

Nos esquecemos de respirar, de reservarmos um minuto que seja para nós mesmos e para analisar o que queremos realmente, quem somos, quais são nossos valores, qualidades, defeitos, o que nos motiva, o que nos incomoda...

Aprendemos a mascarar toda e qualquer emoção, além de a invejar os outros pelo que demonstram nas telinhas dos celulares e notebooks por aí. Afinal, todos (as) são mais bonitos (as), mais magros (as), mais malhados (as), mais inteligentes, mais estudiosos, mais felizes...
Que nosso próprio EU acaba sendo guardado no fundinho da gaveta e as coisas, que na verdade são supérfluas, acabam se tornando mais importantes.
Até quando "a grama do vizinho" vai ser considerada mais verde?


O fato é que, ninguém mostra o que fica por trás das lentes, fora de toda essa tecnologia.
Ninguém diz que aquela pessoa, considerada a mais bonita, tem problemas em se olhar no espelho e posta tantas fotos para mascarar uma baixa autoestima. Ninguém diz que aquela pessoa, considerada a mais magra, sofre de algum transtorno alimentar, deixando de comer ou comendo e vomitando pra se manter dentro do padrão. Ninguém diz que aquela pessoa, considerada a mais malhada, encheu o organismo de anabolizantes e vai sofrer os efeitos por isso, se já não estiver sofrendo. Aquela considerada mais inteligente, muitas vezes só copiou um texto, uma frase, um pensamento de algum outro lugar da internet (mas ninguém nem se deu conta). Aquela pessoa, considerada mais estudiosa, só tirou foto depois de arrumar os cadernos, livros, canetas, mas não está estudando nadica de nada. E aquela pessoa, considerada mais feliz, por vezes, é a mais triste, a que mais tem motivos para chorar, mas ali, naquele momento registrado, ninguém conseguiria perceber isso...

É lógico que não podemos generalizar e achar que é assim com cem por cento daquelas pessoas, mas em alguns momentos, é necessário filtrar o que lemos e o que acreditamos (ou não). É preciso se atentar aos pequenos detalhes, valorizar os momentos aqui no presente, no dia de hoje, "por trás das cameras", além do que os olhos podem ver ou ler...

Precisamos, principalmente, aprender a nos conhecer, nos valorizar, nos entender, nos perdoar pelas falhas, reconhecer que não somos perfeitos e nos amar antes de mais nada.
E, quem sabe, assim, encontraremos, a tão utópica felicidade!

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