terça-feira, 11 de agosto de 2020

Vinte e quatro horas

 

Vinte e quatro horas. Mil quatrocentos e quarenta minutos para serem divididos em tarefas.
Trabalho, estudo, dormir, cuidar da casa, cuidar da alimentação, cuidar das pessoas que me escolhem para auxiliar no processo de se conhecer e se modificar.

Vinte e quatro horas para serem divididas em dupla jornada de trabalho.
As vezes tripla.

Pra lidar com meu desejo de fazer tudo de forma perfeita.
De amarrar as pontas soltas e ser o melhor que posso ser hoje.
Com o conhecimento que tenho agora.

Um dia de cada vez.
Um passo de cada vez.
Na direção da melhor versão de mim que irá chegar amanhã, e depois, e depois.

Minhas vinte e quatro horas têm sido corridas.
Mas tem me mantido sã.
Alheia as coisas que acontecem fora das paredes que rodeiam minha casa.

Mergulhada em livros físicos, digitais, textos soltos, conversas iniciadas em aplicativos.
Áudios escutados repetidas vezes, no intuito de ouvir o timbre da voz que conforta. 

Chamadas de vídeos realizadas com as pessoas queridas.
E algumas que não aconteceram, mas que poderiam ter acontecido (eu bem queria).

Um dia depois do outro e passamos da metade do ano.
Você fez tudo o que queria?
Você começou tudo o que se propos?
Você terminou o que deveria?

Eu estou a um passo.
Alguns metros do objetivo que estabeleci para mim.
Para os meus 366 dias do ano.
Pensar nisso faz um arrepio passar pelo meu corpo.

Quem imaginou que seria assim?
Quem imagina que, ultrapassando toda a autossabotagem, todos os medos e anseios, poderia haver uma linha de chegada?

Ainda não é a vitória de um campeonato, mas a primeira disputa contra mim mesma está prestes a ser vencida.
Falta tão pouco e ao mesmo tempo tanto.
Mais algumas vinte e quatro horas.

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